AS PESSOAS COM DOENÇAS RARAS E SEU DIREITO À MEDICAÇÃO ÓRFÃ E TRATAMENTO ESPECIALIZADO
PORTADORES COM DOENÇAS RARAS E SEUS DIREITOS
DOI:
https://doi.org/10.47595/cjsiurj.v6i1.160Palavras-chave:
Doenças raras., Desafios., Tratamentos., Judicialização., Direito à saúde.Resumo
A pesquisa abordou, de forma multidisciplinar, as Doenças Raras (DRs), que afetam 5% a 7% da população mundial, com cerca de 7.000 tipos conhecidos. Sem cura efetiva, os tratamentos disponíveis apenas estabilizam ou retardam a progressão das doenças, tornando essencial a adoção de terapias multidisciplinares. No entanto, as DRs são negligenciadas pelo poder público, sistemas de saúde e indústria farmacêutica, resultando em atrasos no diagnóstico, falta de cobertura médica e exclusão social. A influência do mercado farmacêutico nesse contexto é evidente, tornando complexa a relação entre associações de pacientes e indústrias. O direito à saúde das pessoas com DRs vai além do acesso a medicamentos, incluindo diagnóstico preciso e acompanhamento contínuo. A judicialização da saúde, reflexo da ineficácia das políticas públicas, favorece mais as indústrias farmacêuticas e advogados do que os pacientes, pois os Medicamentos Órfãos (MOs) são de alto custo e pouco atrativos comercialmente. A má gestão e execução de políticas impulsionam ações judiciais, levando muitos pacientes a recorrer ao Judiciário para obter os MOs necessários. Além disso, campanhas de arrecadação evidenciam a falta de inclusão desses medicamentos em listas essenciais. A priorização das DRs nas políticas públicas exige a interação entre Judiciário, Executivo e órgãos técnicos para garantir acesso universal, equitativo e integral ao tratamento, reafirmando a saúde como um direito fundamental e indissociável da vida.
Referências
AFFONSO, Luis Henrique Teixeira Alves. Alguns Métodos de Amostragem Para Populações Raras e Agrupadas. 2008. Dissertação (Mestrado em Matemática e Estatística) – Instituto de Matemática e Estatística, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
BARBOSA, Rogério Lima. A Pessoa com o Diagnóstico de uma Condição Genética Como Informante-Chave do Campo das Doenças Raras: uma perspectiva pela sociologia do diagnóstico. Ciência & Saúde Coletiva, v. 24, n. 10, p. 3627-3636, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-812320182410.12912019
BARBOSA, Rogério Lima. Pele de Cordeiro? Associativismo e Mercado na Produção de Cuidado. 2014. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Faculdade de Economia, Universidade de Coimbra, Coimbra, 2014.
BARBOSA, Rogério Lima; PORTUGAL, S. O Associativismo Faz Bem à Saúde? O caso das doenças raras. Ciência & Saúde Coletiva, v. 23, n. 2, p. 417-430, 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232018232.24032017
BIGLIA, Luiza Vasconcelos et al. Incorporações de Medicamentos Para Doenças Raras no Brasil: é possível acesso integral a estes pacientes? Ciência & Saúde Coletiva, v. 26, n. 11, p. 5547-5560, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-812320212611.26722020
CAPARÓ, Frank Lizaraso; FUJITA, Ricardo. Enfermedades Raras o Huérfanas, en Perú Más Huérfanas que Raras. Horiz Med, v. 18, n. 1, p. 4-5, 2018. DOI: https://doi.org/10.24265/horizmed.2018.v18n2.01
CASO-GONZÁLEZ, Alicia et al. Experiencia Clínica con Medicamentos Huérfanos Para Enfermedades Raras Metabólicas. Anales de Pediatría, v. 96, p. 8-16, 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.anpedi.2020.09.019
CASTRO, Sara Sanchez. Investigación en Cuidados en Enfermedades Raras. Nure Inv, v. 14, n. 86, 2017.
CHARCO, Jorge M. et al. Enfermedades Priónicas: historia, diversidade e importancia socioeconómica como paradigma de las enfermedades raras. Araucaria. Revista Iberoamericana de Filosofía, Política, Humanidades y Relaciones Internacionales, Primer cuatrimestre de 2021, n. 46, p. 429-451, 2023. DOI: https://doi.org/10.12795/araucaria.2021.i46.21
CHIAVASSA, Rosana et al. Direito à saúde: dever do Estado – considerações sobre a judicialização do acesso à saúde nas hipóteses de doenças raras. J Bras Econ Saúde, Supl. n. 1, p. 30-40, 2014.
DIAZ, Anabel Paramá. Comprendiendo las Enfermedades Raras. Educación y Humanismo en la Sociedad Actual. Araucaria. Revista Iberoamericana de Filosofía, Política, Humanidades y Relaciones Internacionales, Primer cuatrimestre de 2021, n. 46, p. 409-427, 2023. DOI: https://doi.org/10.12795/araucaria.2021.i46.20
DIEZ, María Teresa Santos; DASILVA, Jesus Ángel Pérez. Las Enfermedades Raras y su Representación en la Prensa Española. Palabra Clave, v. 22, n. 1, e22110, 2019. DOI: https://doi.org/10.5294/pacla.2019.22.1.10
D’IPPOLITO, Pedro Ivo Martins Caruso; GADELHA, Carlos Augusto Grabois. O Tratamento de Doenças Raras no Brasil: a judicialização e o Complexo Econômico-Industrial da Saúde. Revista Saúde Debate, v. 43, n. Especial 4, p. 219-231, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-11042019s418
EURORDIS, Rare Disease Europe. Os Medicamentos Orfãos. 2015. Disponível em: https://www.eurordis.org/information-support/find-information-on-treatments/. Acesso em: 22 ago. 2022.
EURORDIS, Rare Disease Europe. The Voice of Rare Disease Patients in Europe. 2015. Disponível em: https://www.eurordis.org/information-support/find-information-on-treatments/. Acesso em: 22 ago. 2022.
INSTITUTO BARESI. Para Entender Doenças Raras. Doenças Raras no Brasil: uma contribuição. Disponível em: https://institutobaresi.files.wordpress.com/2012/04/para-entender-as-doenc3a7as-raras.pdf. Acesso em: 23 ago. 2022.
LIMA, Maria Angelica de Faria Domingues et al. Redes de Tratamento e as Associações de Pacientes com Doenças Raras. Ciência & Saúde Coletiva, v. 23, n. 10, p. 3247-3256, 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-812320182310.14762018
MARCONI, Mariana de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 2017.
MARTÍN, Maria Teresa del Álamo. La importancia de los registros de pacientes con enfermedades raras de la visión para la investigación en ciencias sociales. Araucaria. Revista Iberoamericana de Filosofía, Política, Humanidades y Relaciones Internacionales, Primer cuatrimestre de 2021, n. 46, p. 391-408, 2023. DOI: https://doi.org/10.12795/araucaria.2021.i46.19
MEDINA, Javier García. Personas mayores y vulnerabilidad de sus derechos. Mecanismos de protección y criterios interpretativos. Revista Acadêmica, v. 85, n. 2, p. 5-49, 2013.
MEDINA, Javier García; MARTÍN-CALERO, Cristina Guilarte (Coord.). Tratos crueles, inhumanos y degradantes sobre las personas con discapacidad en la jurisprudencia del Tribunal Europeo de Derechos Humanos. En: Estudios y Comentarios Jurisprudenciales Sobre Discapacidad, 2016. ISBN 978-84-9098-655-4.
OLIVEIRA, Anselmo Gomes; SILVEIRA, Dâmaris. Medicamentos órfãos - doenças raras e a judicialização da saúde. Infarma - Ciências Farmacêuticas, v. 27, e4, a2015, p. 203-204, 2016. DOI: https://doi.org/10.14450/2318-9312.v27.e4.a2015.pp203-204
ORPHANET. Procedural Document on the Orphanet Nomenclature and Classification of Rare Diseases. 2020. Version 02. Disponível em: https://www.orpha.net/orphacom/cahiers/docs/GB/eproc_disease_inventory_R1_Nom_Dis_EP_04.pdf. Acesso em: 02 abr. 2022.
PIRETT, Christiane Nery Silva; MEDEIROS, Cintia Rodrigues de O. Doenças raras, medicamentos órfãos: reflexões sobre o dark side das organizações da indústria farmacêutica. Revista Brasileira de Estudos Organizacionais, v. 4, n. 2, p. 437-460, 2017. DOI: https://doi.org/10.21583/2447-4851.rbeo.2017.v4n2.140
PUYOL, Angel. El discurso de la igualdad. Barcelona: Crítica, 2001. Revista del Derecho del Estado, n. 18, p. 217-219, 2006.
PUYOL, Angel. Fraternidad política y enfermedades raras. Araucaria. Revista Iberoamericana de Filosofía, Política, Humanidades y Relaciones Internacionales, Primer cuatrimestre de 2021, n. 46, p. 353-368, 2023. DOI: https://doi.org/10.12795/araucaria.2021.i46.17
QUERALTÓ, Ramon. Ética, tecnología y valores en la sociedad global: el caballo de Troya al revés. Madrid: Tecnos, 2003.
RIBEIRO, Jéssica Cavalcanti Barros. A judicialização da saúde pública no Brasil pela inexistência de políticas de acesso a medicamentos órfãos para as pessoas com doenças raras. Direito Constitucional, 2021. Disponível em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/56130/a-judicializao-da-saude-publica-no-brasil-pela-inexistencia-de-politicas-de-acesso-medicamentos-orfaos-para-os-portadores-de-doencas-raras. Acesso em: 29 jan. 2022.
SÁENZ, Francisco Miguel Bombillar. Régimen jurídico de las recetas médicas en España e Iberoamérica. Revista Colombiana de Ciencias Químicas y Farmacéuticas, v. 49, n. 2, p. 498-508, 2020. DOI: https://doi.org/10.15446/rcciquifa.v49n2.89925
SERRANO, Mercedes. La Sociedad Civil y las Enfermedades Raras. Arbor, v. 194, n. 789, a459, 2018. DOI: https://doi.org/10.3989/arbor.2018.789n3001
SOTO, Luís G. Principialismo. In: ABREU, L.; BRITO, J.; MAIA, A. Dicionário de Filosofia Moral e Política. Instituto de Filosofia da Linguagem, 2002. Disponível em: https://www.dicionariofmp-ifilnova.pt/wp-content/uploads/2019/07/Principialismo.pdf. Acesso em: 15 nov. 2022.
SOUZA, Ítala Paris et al. Doenças Genéticas Raras com Abordagem Qualitativa: revisão integrativa da literatura nacional e internacional. Ciência & Saúde Coletiva, v. 24, n. 10, p. 3683-3700, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-812320182410.17822019
SOUZA, Mônica Vinhas et al. Medicamentos de Alto Custo Para Doenças Raras no Brasil: o exemplo das doenças lisossômicas. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, supl. 3, p. 3443-3453, 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000900019
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2025 Revista de Ciências Jurídicas e Sociais - IURJ

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.